Sim, Deus recebe o dízimo através da comunidade. Tudo pertence a ele. Ele é o dono; nós, os usuários. Ele não precisa de nada para ele, mas precisa para a sua comunidade (Igreja). Todo dízimo oferecido à comunidade é dízimo oferecido a Deus.
• Quando falamos que o dízimo é oferecido a Deus por meio da comunidade, de que comunidade estamos falando?
Quando afirmamos que Deus recebe o dízimo através da sua comunidade estamos nos referindo à Igreja e, mais especialmente, à comunidade paroquial (Matriz e capelas) e à comunidade diocesana (diocese).
• Como o dízimo contribui para que a diocese cumpra com as suas obrigações?
O dízimo, repassado pelas paróquias à diocese, permite que ela organize e faça acontecer a ação pastoral em nível diocesano. Da formação dos futuros presbíteros, passando pela capacitação dos leigos e leigas, até a manutenção dos órgãos burocráticos, o dízimo possibilita que a diocese evangelize tanto organizando e administrando, como formando e capacitando os cristãos.
• Como o dízimo contribui para que a comunidade paroquial cumpra com as suas obrigações?
O dízimo permite que a comunidade paroquial exista, se mantenha e cumpra com aquela que é a sua tarefa prioritária: a evangelização. Sem o dízimo, a estrutura que possibilita a ação evangelizadora fica comprometida, quando não seriamente danificada ou até mesmo impossibilitada de alcançar o seu objetivo.
• Quem é o responsável pela comunidade?
O responsável pela comunidade paroquial é o Bispo, que delega parte de seu poder (=autoridade = serviço) ao pároco. Eles — Bispo e presbíteros — são os responsáveis e não os donos da comunidade. O dono é Jesus. A comunidade, porém, é formada por todos os batizados que estão em sua circunscrição (territorial ou pessoal). Ou seja, todos os membros (= batizados) de uma comunidade paroquial são responsáveis por ela, cabendo a cada um as funções às quais foi chamado por Deus e confirmado pela Igreja.
• A sustentação da comunidade é, portanto, responsabilidade de todos os seus membros?
Sim. Todos os batizados são responsáveis pela sustentação e manutenção da comunidade à qual pertencem. Da pastoral da acolhida à pastoral do dízimo, tudo é responsabilidade de todos. Cada um deve fazer a sua parte de acordo com a vocação e os dons que recebeu de Deus. Ou seja, cada um deve fazer a sua parte sem perder de vista o todo, que é responsabilidade de toda a comunidade.
• A sustentação material de uma comunidade é, então, responsabilidade de cada um dos batizados que a ela pertencem?
Sim. Todos são responsáveis pela sustentação da comunidade, e não apenas o pároco e os vigários-paroquiais, ou a diretoria, ou ainda o conselho de assuntos econômicos. A comunidade é uma família, e os batizados os membros dessa família: por isso todos são responsáveis por ela, devendo cada um contribuir à medida de suas possibilidades.
• Que gastos tem uma comunidade paroquial?
Uma comunidade paroquial tem muitos gastos. Lembremos de alguns: as tarefas de água, luz e telefone; a manutenção da casa paroquial, do centro catequético, do salão comunitário, da igreja, etc. Além dos gastos, existem os investimentos com pessoas, visando a sua formação e capacitação: catequistas, líderes de grupos, membros de conselhos, ministros, agentes de pastoral, etc. Toda comunidade paroquial, por menor que seja, deve ter receita suficiente para cobrir os gastos e fazer o investimentos.
• De onde a comunidade paroquial retira os recursos para suprir essas despesas?
É do dízimo e das ofertas (feitas durante as missas e cultos) que a comunidade paroquial retira os recursos para fazer frente às despesas tidas como “ordinárias” (= de todos os dias). As despesas“extraordinárias” (como por exemplo, uma construção ou a aquisição de um veículo) podem ser realizadas pela junção do dízimo e de promoções (sorteios, festas, campanhas, coletas especiais). De uma ou de outra forma, a responsabilidade pela sustentação da comunidade é de todos os batizados que a ela pertencem.
• O dízimo deveria suprir todos os gastos ordinários de uma comunidade?
Sim. O dízimo deveria suprir todos os gastos ordinários de uma comunidade. Por isso é essencial que a diretoria (ou conselho) não trabalhe isolada dos outros membros da comunidade, mas esteja sempre em sintonia com eles, seja prestando contas, seja levando ao conhecimento deles as necessidades que tem a comunidade.
• E quando o dízimo não é suficiente para sustentar as despesas ordinárias da comunidade?
Nesse caso convém fazer a seguinte reflexão: toda comunidade, por mais pobre que seja, pode se sustentar com dignidade. Geralmente não são os recursos que faltam: o que falta é a conscientização que leva à generosidade. Daí a importância de: 1º) uma campanha de esclarecimento; 2º) montar uma equipe que seja, ao mesmo tempo, criativa e competente; 3º) um constante reavivamento da importância e do valor do dízimo e, 4º) uma prestação de contas que mostre como o dízimo está sendo bem administrado e é necessário para a vida e a sobrevivência da comunidade.
• E as capelas (comunidades que dependem da matriz) também devem implantar e organizar o dízimo?
Sim. Também elas devem tirar o seu sustento ordinário do dízimo. E por terem menos despesas, têm a obrigação de contribuir com a matriz, de quem dependem administrativa e religiosamente.
• As ofertas são uma complementação do dízimo?
Sim. As ofertas (= coleta feita nas missas e cultos) complementam a receita ordinária da comunidade. O dízimo é compromisso estável; a oferta é doação espontânea, sem compromisso, fruto da generosidade e da disponibilidade econômica momentânea do ofertante.
• Eu, batizado e, portanto, membro de uma comunidade, sou responsável pela sustentação financeira da minha comunidade?
Sim! Você é responsável pela sua comunidade, mas não só você: todos os batizados o são. Se cada um dos membros fizer a sua parte, a comunidade atingirá aquela que é a sua meta prioritária: a evangelização de todos…
É fácil “lavar as mãos” ou “cruzar os braços” e deixar que os outros façam o que compete a eles e também o que compete a mim… São muitos os cristãos acomodados que vivem deitados em “berço esplêndido” vendo e, quase sempre, criticando o trabalho que os outros realizam. Não se deixe vencer pelo egoísmo nem pela preguiça: faça a sua parte, participando espiritual e financeiramente da vida da sua comunidade: ela é a sua segunda família.
Texto extraído do folder “O Dízimo e a sustentação da comunidade”, do Padre Cristovam Lubel.
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